segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pro dia nascer feliz

Pro dia nascer feliz

O documentário trata da relação da criança e do adolescente com a escola, focando também a desigualdade social e a banalização da violência. Percebemos nitidamente diferenças sociais, financeiras e culturais das escolas e regiões apresentadas. Porém ao desenrolar das tramas, percebemos que os problemas estão em todos os lugares, diferindo-se do grau de dificuldade de cada um, mas, eles existem. Uns são pressionados em busca de resultados, que são agraciados com toda uma estrutura escolar e social, outros, abandonados física e afetivamente pelos pais, submetidos a conflitos com os professores e colegas. Ele mostra que há angústias comuns entre os estudantes e profissionais de todas as classes, mas o abismo social os separa.
O menino de duque de Caxias repetente e indisciplinado, paradoxalmente termina no exército. A poetiza de Pernambuco, que apesar de vivenciar uma realidade dura e sofrida, encontra ainda motivação para fazer poesia. Outra estudante de São Paulo, que sonhava em ser professora ou advogada teve seus sonhos interrompidos por ameaças de suas colegas de classe, que sem alternativa saiu da escola. A jovem da escola de Santa cruz, ingressante em Engenharia civil na USP, a vemos tentar aludir uma “preocupação” com os pobres para, em seguida, dizer que não pode se mobilizar em prol de uma melhoria social porque isso implicaria abandonar sua rotina, fala que tem sorte por ter nascido na elite e precisa cuidar de seus interesses, como se o seu bem-estar não estivesse umbilicalmente ligado à miserabilidade de tantos outros.
Enquanto o documentário mostra colégios públicos sem banheiros, sem água, sem merenda escolar e sem recursos financeiros, ele alimenta o mito da boa escola particular. Embora ele mostre uma escola particular em melhor estado que as públicas mostradas no filme, ele sustenta a ideia de que para se ter uma educação de qualidade, apenas a escola privada oferece isso.
Ao mostrar um quadro discrepante entre a escola de elite e as escolas públicas, talvez, a partir dele, podemos pensar que a educação é uma coisa que só funciona se for oportunidade para sonhos ou confirmação de superioridade social.

Danilo Macedo, Kalila Silva e Luiz Henrique Macedo.


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